[Resenha] Flores da ruína - Patrick Modiano

Livro: Flores da ruína
Autor: Patrick Modiano
Editora: Record
Número de páginas: 143
Classificação: 3,5/5

Minha Opinião:

"Flores da ruína" é o segundo livro da "trilogia essencial" de Patrick Modiano, autor vencedor do Prêmio Nobel da Literatura 2014.

Trazendo a já consagrada fórmula do primeiro livro, que mescla elementos ficcionais e autobiográficos, "Flores da ruína" traz um ritmo de narração diferente, não-linear, com as muitas lacunas não preenchidas já características do autor.

O pontapé inicial do livro é o misterioso suicídio duplo de um casal em seu próprio apartamento em Paris, no dia 24 de abril de 1933. 30 anos após, um investigador resolve reabrir o caso.
Pelas ruas de Paris, o narrador visita locais onde o casal T. passou, ao mesmo tempo em que revela detalhes de suas memórias pessoais.

Eu tinha uma enorme expectativa para este segundo livro do Modiano, justamente por incluir aspectos que aprecio muito em uma narrativa: mistérios, e memórias pessoais.
O ritmo de "Flores da ruína" não segue uma linearidade, e justamente por esse motivo a narrativa acaba travando em alguns momentos.
Por mais que eu aprecie a forma como Modiano formule sua trama, confesso que fiquei um pouco entediada e perdida entre os fatos apresentados. Isso porque as memórias do narrador muitas das vezes não tem relação alguma com o casal encontrado morto.
"A neve que se transforma em lama nas calçadas, as grades das termas do Cluny diante das quais se erguem as barracas dos vendedores ambulantes, as árvores desnudas, todas essas tonalidades pretas e cinza das quais guardo a lembrança me fazem pensar em Violette Nozière."
Assim como os outro livro que li do Modiano, chovem questionamentos pelas páginas, ainda que as respostas não sejam precisamente reveladas. Patrick, porém, tem o dom de hipnotizar o leitor com suas memórias.
Os personagens - que de tão misteriosos parecem encobertos por uma nuvem espessa de fumaça - desfilam por uma Paris perfeitamente retratada.
O mistério que cerca a morte do casal, parece ficar em segundo plano, sem que a resolução do crime tenha uma importância grande para a trama.

Claro que como uma boa curiosa que sou, o final em aberto me deixou um pouquinho frustrada. Mas estamos falando de Modiano, que por mais evasivo que seja, sempre consegue me deixar viciada nas suas histórias.
Mais do que recomendado.

2 comentários:

  1. Olá! Eu não conhecia Modino, mas achei muito interessante a sinopse desse livro. Me lembrou um pouco Mário Vargas Llosa. Gostei. Vou ler!

    Meu blog literário:
    hypeliterario.blogspot.com

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  2. Eu odeie esse livro. Minha vontade era de tacar fogo! Juro!
    O começo é promissor, com a morte do casal, mas depois o autor começa a divagar com as memórias dele e a porcaria do mistério da morte do casal vai pras cucuias!!!!
    Eu rezava para que o livro acabasse logo, e sinceramente não vejo porque esse livro ganhou algum prêmio.

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