[Resenha] A sorte do agora - Matthew Quick

Livro: A sorte do agora
Autor: Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 219
Classificação: 5/5

Minha Opinião:

Matthew Quick era professor na Filadélfia, mas decidiu largar tudo, e passou a dedicar todo o seu tempo à escrita.
As obras de Quick já foram traduzidas para mais de 20 idiomas e lhe renderam críticas elogiosas, e menções honrosas importantes, entre as quais a do PEN/Hemingway Award.
Do autor foram publicados pela Intrínseca: Perdão, Leonard Peacock, Quase uma rockstar e O lado bom da vida, cujo adaptação para o cinema foi premiada com um Oscar.


Virei fã do autor quando li O lado bom da vida (livro que me tornou alguns porcentos mais otimista) e de lá pra cá acompanho todos os lançamentos. Há algo especial nos livros de Quick, que sempre me conquista já nas primeiras páginas.

Bartholomew está beirando os 40 anos, e sempre viveu na barra da saia de sua mãe. Isso até ela adoecer por conta de um câncer muito agressivo. No final da vida - por conta da demência - a mãe de Bartholomew acaba o tratando como Richard Gere, ator de quem ela é fã.
Após a morte dela, ele tem que se virar sozinho, o que se revela uma tarefa nada fácil. Sozinho, ele vê o amor da mãe pelo ator Richard Gere como um sinal, e passa a relatar seus questionamentos para o ator através de cartas.

O que eu mais amo nos livros do autor, são seus personagens sempre excêntricos, desajustados, e até certo ponto incompreendidos por alguns leitores.
Tenho um carinho enorme por protagonistas peculiares, deste modo, A sorte do agora foi um prato cheio para mim.
A sorte do agora é um romance inteiramente epistolar. Bartholomew escreve cartas para o ator Richard Gere, acreditando que ambos tenham uma conexão.
Claramente o protagonista tem traços de Asperger, ou autismo, embora isso não seja revelado no livro, o leitor subentende através das atitudes de Bartholomew.
Apesar de inteligente, ele demonstra uma ingenuidade característica de quem tem Asperger. Mas se esse é o real motivo para a sua falta de habilidade social, não temos como ter certeza.
"Sempre que algo de ruim acontece com a gente, uma coisa boa acontece. Normalmente com outra pessoa. Essa é A Sorte do Agora. Precisamos acreditar. "
A narrativa de Matthew traz todo o diferencial durante a leitura. Ele cria uma história tão convincente, embora seja excêntrica, e não dá chance ao tédio.
Além do protagonista incomum, temos personagens secundários únicos, e que desempenham um papel fundamental na trama. É o caso do Padre McNamee, que renuncia o cargo na igreja, e é diagnosticado com transtorno bipolar.
Também temos os conselhos duvidosos de Wendy, a conselheira de Bartholomew, e Max, seu único companheiro de terapia, que é um completo desbocado.
E há ainda o interesse romântico de Bartholomew, a "Meninatecária", como ele a chama.
" A novos começos, por mais estranhos que possam ser. " 
A trama de desenrola de forma imprevisível. Há uma série de conhecimentos gratuitos sobre Dalai Lama, e o próprio Richard Gere, mas devo dizer que a imagem do ator é completamente favorecida.
As referências são inúmeras, e eu gosto do fator cultural que Quick sempre traz em seus livros. Há sempre um fato novo e desconhecido a aprender.
Quick traz aborda com muita sensibilidade a questão emocional, sem soar piegas.
Eu diria que este foi o livro mais divertido do autor que li. Quando todos partem em busca do pai de Bartholomew, eu tive um certo receio da trama funcionar como uma comédia pastelão, mas o autor soube dosar perfeitamente o humor.

A sorte do agora é mais um sucesso do autor que funcionaria perfeitamente nos cinemas. Um livro ágil, que passa uma muito bacana, e faz o leitor refletir. Mais do que recomendado.

6 comentários:

  1. Meu único contato com o Quick foi O lado bom da vida e eu gostei muito desse livro!
    Acho interessante o fato de ele abordar tantas vezes em seus livros essas síndromes e distúrbios psicológicos nos seus personagens... fiquei bastante intrigada já em O lado bom da vida com isso, porque ele conseguiu realmente ENTENDER a doença e escrever personagens de acordo com o que eles seriam na vida real... não sei se é o caso desse livro, mas acredito que sim.
    Fiquei bastante curiosa com Sorte do agora, principalmente por ser tão diferente hahaha
    Mas, ainda tenho "Perdão, Leonard Peacock" aqui na estante me esperando haha
    Beijoss
    www.vidaemmarte.com.br

    ResponderExcluir
  2. Oi Jacque
    Eu não li o lado bom da vida, mas tenho muita vontade de conhecer a escrita do autor.
    Gostei muito do enredo deste livro, parece ser muito bom. Fiquei curiosa.

    Beijos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  3. Oi, Jacque!

    Acredita que nunca li os livros do Matthew Quick? Mas sempre lembro de você quando os vejo na livraria, pois sei o quanto gosta dele. Sou louca para conhecer a escrita do autor, seus personagens excêntricos e sua forma inusitada de conduzir a narrativa. Acho que vou começar por este livro, pois gostei da história, que parece ser reflexiva, cômica e tocante ao mesmo tempo.
    Adorei a dica!

    Beijocas.
    http://artesaliteraria.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  4. Nunca li nada do autor, pois diferente de você tenho dificuldades para aceitar esses personagens mais excêntricos, pretendo mudar esse fato o mais breve possível, sinto uma grande necessidade de sair da minha zona de conforto e explorar o que esse outro lado tem para me oferecer. Valeu pelas dicas.

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Nunca li nada desse autor (vergonha), mas gostei bastante do enredo desse livro.

    ResponderExcluir
  6. Nunca li nada desse autor (vergonha), mas gostei bastante do enredo desse livro.

    ResponderExcluir

Fique a vontade para comentar.Será muito bom saber o que você pensa...

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...