Autor: Igor Castro
Editora: Dracaena
Número de páginas: 222
Classificação: 5/5
Minha Opinião:
É verão no litoral catarinense, e muitos turistas estão curtindo o calor e as festas na região.
O dia seguia tranquilo, até a polícia receber uma caixa de isopor com um conteúdo surpreendente, e que promete ser obra de um perturbado serial killer .
Os policiais Gomes e Rodrigo, são designados para cuidar do caso, e fazem de tudo para não alarmar a população.
Enquanto isso o assassino parece brincar com a polícia, deixando pistas sobre seus próximos crimes e prometendo acabar com uma vida por dia.
" Tenho um trabalho pela frente. Um trabalho nada bonito para alguns olhos, mas incrivelmente lindo para mim. Anseio por ele, não vejo a hora. Começaria agora mesmo se pudesse. Mas o plano está traçado, e seguirei nele até o fim. Caberá a mim julgar quem não merece estar aonde está, viver, sorrir, amar. Sinto-me como...como...um juiz! Meritíssimo, eu diria. É, gostei disso..." (pág.9 e 10)Se você é fã de Dexter (assim como eu) certamente irá apreciar a leitura desse livro. Ao contrário do seriado, onde Dexter é um tipo de justiceiro do "bem", e quem assiste acaba criando uma certa empatia com o protagonista, em O Diário Serial o assassino é alguém totalmente doentio, a quem certamente o leitor irá odiar.
O livro é narrado em terceira pessoa, intercalado com a narração em primeira pessoa do próprio assassino, onde ele descreve seus desejos e analisa o porquê da vítima merecer a morte. A proposta de um diário foi bastante inovadora e nos ajuda a criar uma certa conexão com a história e com os crimes.
Os capítulos são curtos, o que confere certa agilidade. Sempre que eu falava: só vou ler mais um pra fechar, não conseguia largar o livro, de tão envolvente.
Além de conhecermos a personalidade do serial killer, o autor também aborda o dia a dia da polícia e dos inspetores Gomes e Rodrigo.
As mortes são tensas e não recomendo o livro para quem não aprecia uma leitura mais "pesada" e realista.
Como ponto positivo destaco a forma como o autor desenvolveu as pistas de cada crime, deixando para o leitor a tarefa de ligar os pontos e achar uma conexão entre os crimes.
A Editora Dracaena realizou um ótimo trabalho na edição. Não encontrei nenhum erro de português e as páginas amarelas são confortáveis para a leitura. A capa, sem dúvida, é o maior chamariz da obra.
Como todo bom romance policial, no final temos uma reviravolta inesperada e que confere um tom genial ao livro. Tudo contribuiu para tornar a leitura imperdível: narrativa dinâmica, personagens bem construídos, mistério na medida certa e um serial killer odiável. Igor Castro é a prova de que a literatura nacional pode ser tão boa e surpreendente quando a literatura internacional.